Denúncias apontam irregularidades no Carnaval de Pelotas

O presidente do bloco burlesco Bruxa da Várzea, Reinaldo Grahlmann (Nando), fez importantes revelações durante o Programa “Sempre é Carnaval”, apresentado pelo radialista Marcos Fonseca, na Rádio Tupanci no último domingo.

Nando afirma ter tido acesso a empenhos pagos pela Secretaria de Cultura a partir do mês de janeiro, que demonstram gastos excessivos e irregularidades referentes ao Carnaval 2011.

Ele questiona o número de ingressos dados à Câmara de Vereadores. Segundo informações, a cada edição da folia, o poder legislativo recebia 450 cortesias.
Outro problema levantado foi uma possível quebra do regulamento das Entidades Carnavalescas, já que alguns canhotos dão conta do pagamento de 100% da subvenção para Escola do grupo especial Imperatriz da Zona Norte. A Escola, deveria receber somente 75%, já que foi desclassificada em 2010, junto com a Banda Família e o Bloco do Mickey. Para estas duas, a ASSECAP disponibilizou um advogado para um possível processo.
 

A quantia destinada ao jornalista Sérgio Cabral, responsável pela realização do Concurso dos Conjuntos Vocais, também foi questionada. Foram encontrados 3 empenhos em nome do jornalista. Ele teria recebido, para a realização de um único evento cerca de R$ 20 mil. Falou-se também em um possível acordo entre Cabral e a então secretária Cláudia Ferreira para a realização de um show.

A ex-secretária Cláudia Ferreira nega que tenha dado a quantia a Sérgio Cabral. Segundo ela, em sua gestão, o valor repassado ao jornalista era destinado aos grupos (vencedores dos Conjuntos Vocais) que se apresentavam na praia e em quantia bem menor do que a destinada ao jornalista em 2011. No que diz respeito ao concurso que elegeu a corte do carnaval, outro ponto que vem gerando polêmica, Cláudia diz ter prestado contas à Secult e que o gasto foi bem menor do que se imagina já que o evento teve o apoio das entidades carnavalescas e outros setores da sociedade. Ela atribui os problemas ocorridos no carnaval de 2011 à falta de organização e competência da prefeitura. A ex-secretária ainda contou como eram distribuídas as cortesias para o desfile aos vereadores. “Duas pulseiras para cada vereador e acompanhante, e 10 ingressos”. Sobre o valor gasto com alimentação, Cláudia disse ter gasto cerca de R$ 7 mil contra os R$ 22 mil gastos na última edição do evento.

O Carnaval de 2011 já começou polêmico. Em janeiro, há um mês da realização do evento, a prefeitura decidiu trocar o comando da organização da folia, que até então era da Secretaria de Projetos Especiais para a Secretaria de Cultura, mudança que não agradou os carnavalescos. No dia do desfile do grupo especial, mais confusão. Centenas de pessoas ficaram do lado de fora com o ingresso em mãos e outras, que conseguiram entrar, não puderam ocupar seus lugares já que a passarela estava superlotada. Soube-se mais tarde que mais  de 4 mil cortesias haviam sido distribuídas.
Os valores oficiais ainda não foram apresentados, mas estima-se que para a realização do Carnaval 2011, a prefeitura teria desembolsado uma quantia superior a R$ 1 milhão.